Ah, o ser humano. Então a pessoa está separada há três anos de alguém. Nesse meio tempo, os dois têm suas vidas como devem ser: SEPARADAS e totalmente resolvidas. E nesse meio tempo aparecem pessoas, como também deve ser, e tudo bem. Afinal... acabou. CERTO?
Pois bem. Não apareceu UMA pessoa na vida de um deles. Apareceu A pessoa. A pessoa que é espalhada pelos quatro cantos, em alto e bom som, como sendo a aquela que se quer viver o resto da vida. Se vai acontecer ou não, ninguém sabe. Mas é o que se quer.
Depois de muito tempo, não se pensa mais nos vários anos que passaram, mas nos muitos que virão. Planos são feitos, montam-se projetos, há novamente um motivo para construir. E lutar por isso.
Então, aquele primeiro ser humano citado no começo sente-se ameaçado. Aquele com quem se dividiu a cama durante anos possivelmente está mais feliz com alguém que ele acabou de conhecer. Uma verdadeira afronta!
Espera-se um pouquinho, pode ser que não seja nada, afinal. Mas se vê que a coisa realmente é séria e ouve-se de todos os conhecidos em comum a confirmação que tanto dói: sim, ele(a) está apaixonado(a) e feliz, talvez como nunca esteve.
Então, o negócio começa a perturbar. É a nossa velha sensação de posse. De que tudo o que uma vez nos tocou é infinitamente nosso. E de algum modo tem que lembrar o outro de que um dia eles foram felizes, nem que seja mostrando sutilmente uma foto do cachorro que infelizmente nem existe mais na vida dos dois... há alguns anos. Nem que seja deixando recadinhos de “estou aqui e lembrei de ti.”
Ah, o ser humano... Quando deixaremos de ser egoístas? Quando deixaremos de lado essa loucura e vamos começar a aceitar que o outro tem sim o direito de reconstruir sua vida longe de nós? E infelizmente, confesso, para nós mulheres isso é mais difícil de ser assimilado do que pelos homens.
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